COMO UM CAMAFEU
Acordei como que deslumbrada
por uma causa que não sei que é.
Como se emergindo das ondas túrgidas
de um oceano
eu atirasse a cobertura das coisas
e surgisse simples,
para penetrar o dia cantante
e o tronco úmido das árvores.
Hoje eu queria ser simples,
muito simples,
usar sandálias abertas e túnicas frescas.
Beber água no átrio de um templo,
refrigerar minha cabeça
na seiva mais profunda,
incrustá-la até o cerne
como um camafeu
talvez no peito teu.
Ler Irene de Melloneves é voltar no tempo e escutar a sua voz doce.Precioso ser humano, que marcou minha existência e minha passagem por Belo Horizonte no ano de 1993.
ResponderExcluirAna Rute Lima
Grande poeta!!
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