sábado, 7 de agosto de 2010

IRENE MELLONEVES

Minha querida mãe, se aproxima o dia 12 de seu nascimento, o que seriam seus 93 anos e vou postando nesse blog uma ínfima marca de tua presença entre nós. Um poema teu, entre tantas vivências na tua apaixonada forma de entender o amor.


COMO UM CAMAFEU

Acordei como que deslumbrada
por uma causa que não sei que é.
Como se emergindo das ondas túrgidas
de um oceano
eu atirasse a cobertura das coisas
e surgisse simples,
para penetrar o dia cantante
e o tronco úmido das árvores.
Hoje eu queria ser simples,
muito simples,
usar sandálias abertas e túnicas frescas.
Beber água no átrio de um templo,
refrigerar minha cabeça
na seiva mais profunda,
incrustá-la até o cerne
como um camafeu
talvez no peito teu.

2 comentários:

  1. Ler Irene de Melloneves é voltar no tempo e escutar a sua voz doce.Precioso ser humano, que marcou minha existência e minha passagem por Belo Horizonte no ano de 1993.

    Ana Rute Lima

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