segunda-feira, 28 de junho de 2010

TEMPOS©

TEMPO DE
Viver insônias e costurar remendos, agulha/linha/soro e sal e ungir atenta o sangue e o só.
Desvelar silenciosos ninhos de pássaros em vigília, torpor de vôos nem ensaiados, morno sopro surpreendido em ventanias.
Pupilas de areia ardendo em presságios e na sala, embrutecido som a arrombar a porta. Que sonho esse? Que lua essa? Fragor de águas densas lavando tudo, deslocando tudo. Batismo ou morte?
Tempo de aprender, de arrumar o amor e de entender Cecília. Perceber na própria sombra a continência ou o gesto. Juntar pedaços, remontar mosaicos, superar.
De esvaziar de nossos dias essa ansiada premência e as justificativas das angústias que nos asfixiam devagarzinho, na maior compaixão.
Tempo de fecundação ou gestação? Em tremores sob os meus pés, a terra cede. Tempo também de perder.
                                                                                                                                    Texto de InêsNeves





domingo, 27 de junho de 2010

Abrindo portas©

Abro uma porta com os cuidados de quem penetra o espaço íntimo e particular do outro que por acaso me sondar. Cumplicidade e dis/sintonias dessa  trama quase inimaginável, universo heterogêneo em que nos aventuramos em busca de reverberações. Que seja uma boa viagem, já que estamos na mesma nave, você e eu em pontos diversos mas iguais, cogitações da vida nos seus deslumbramentos mesmo que nas falas duras do aprendizado, afortunadamente navegando nos pontos cegos desse mar grande com humor e arte, sempre no  viver poético. 
Haveremos de nos sintonizar em breve.